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Ensaios-->LIDERANÇA INTEGRADA, UM NOVO ESTILO DE LIDERAR - Parte 03 -- 29/09/2001 - 22:20 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LIDERANÇA INTEGRADA, UM NOVO ESTILO DE LIDERAR -


Parte 03


CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DO GRUPO
Razão X Emoção

Ao montar uma equipe de trabalho, o líder deve buscar uma mistura de potencialidades técnicas e capacidades de convivência. Ele precisa conhecer, ainda que rudimentarmente, os conceitos comportamentais básicos, para entender as diferenças de comportamento que existe entre as pessoas.

Sempre houve controvérsia sobre a validade do envolvimento emocional do líder com a equipe. Ora, como se trata de seres humanos interagindo entre si, é natural que o líder, de alguma forma, se deixe envolver por algumas pessoas, ou por todas, porque afinal são elas que “compraram” as idéias do líder e a estão executando.

Entretanto, o que o líder precisa ter claro para si, é que a razão deve sobrepujar a emoção, quando a opção entre a duas for inevitável. E mais: precisa atribuir inteligência à emoção, quando tiver que decidir através dela, para que, através da emoção racionalizada, ele possa tomar decisões que sejam as melhores para o grupo.

Aqui também - como em qualquer outra atividade humana – os excessos devem ser evitados. Portanto, o líder não deve pender para a razão ou para a emoção unicamente, deve, isto sim, contrabalança-las para poder usa-las equilibradamente. Como as percepções humanas interpessoais dão-se muito mais no plano não-verbal, de nada adianta o líder aparentar ser o que não é. Isto cria uma dicotomia de atitudes e uma incoerência de atos que acaba por confundir o grupo e finalmente por dividi-lo. O uso da franqueza à qual já nos referimos, é sempre a melhor opção.

É bom lembrar que a idade mental de um grupo não é a resultante da idade média dos seus membros. Não importa que essa média seja alta, o grupo sempre tenderá a se comportar como um adolescente, no tocante às suas expectativas emocionais. Assim, o líder deve se dirigir a um adolescente, quando se dirige a um grupo.

Um grupo protege seus membros de ataques externos, e o anonimato resultante da ação conjunta tende a encorajar essa defesa. Assim, o líder deve ter em mente que não importa quais sejam suas próprias convicções a respeito de determinado assunto, o grupo permanecerá coeso enquanto estiver certo de que ele agirá sempre em prol do bem estar de todos.

Tratamento Diferenciado
Por conhecer melhor o grupo do que um líder convencional, o líder que se integra à equipe, conhece também a melhor forma de satisfazer as necessidades individuais de seus componentes.

Há não muito tempo, tratar da mesma maneira todos os integrantes de um grupo era tido como um preceito de justiça. Igualdade era a palavra que definia justiça, quando se tratava de administrar grupos. Hoje reconhece-se que tratar pessoas desiguais de maneira igual, é uma das maiores injustiças que um líder pode cometer. É simples! As pessoas não são iguais em nada. Nem nas expectativas, nem nas abordagens, nem no ritmo, nem nos enfoques, nem nos gostos, nada! Então, tratar a todos os componentes do grupo de maneira igualitária, é estar supervalorizando uns e sub valorizando outros, o que causa ressentimentos e tensões internas, as quais, depois de algum tempo, acabam por enfraquecer a liderança e o desempenho da equipe.

Entretanto, tratar pessoas segundo seu grau de necessidade não é tarefa fácil, porque demanda, por parte do líder, o estudo detalhado das necessidades de cada um dos componentes do grupo. Somente inteirado dessas necessidades e do seu grau – tanto de urgência quanto de intensidade - ele poderá supri-las e levar seus liderados à satisfação pessoal por pertencer a este aglomerado de pessoas, que juntos formam uma formidável força-tarefa capaz de feitos impensáveis.


Liderando a Própria Vida
Se observarmos bem, veremos que exercemos a liderança integrada o tempo todo, ao longo de nossa existência, porque os aspectos de liderança apresentados até agora não são aplicáveis apenas no campo profissional. Ao contrário.

Em toda nossa atividade social que demande convivência – especialmente com os entes queridos, e os filhos de uma maneira particular – faz-se necessária a prática da liderança integrada, porque os filhos, até determinada idade, têm nos pais os seus modelos de ação. Quando os pais não exercem essa liderança, estabelece-se um vácuo, um vazio nos referenciais das crianças ou dos jovens, que será preenchido indefectivelmente por outro líder.

Esse outro líder nem sempre é o modelo ideal que se deseja para os filhos. Quase sempre existe, lá na porta do colégio, alguém fazendo o papel do líder que os pais recusaram, por falta de tempo ou outro fator qualquer. Assim, ao nos envolvermos em atividades com os filhos, é importante que nos lembremos dos preceitos da liderança integrada, porque assim fazendo, teremos o cuidado de orientar, de determinar a direção a seguir, de traçar cenários, fazendo com que a criança ou o jovem saibam para onde estão sendo conduzidos. Isto reforça a confiança no líder e, por conseguinte, fortalece os laços familiares.

É muito comum que não apliquemos os conhecimentos adquiridos no ambiente profissional ao ambiente familiar, porque tendemos a confundir as reações das pessoas nestes dois ambientes. Em outras palavras, preparamo-nos de todas as formas para conduzir bem um relacionamento profissional, mas relegamos a segundo plano os relacionamentos pessoais com amigos e familiares.

Acreditamos que, por serem familiares ou amigos, e estarem próximos a nós, nos entenderão mais facilmente, e serão compreensíveis para com nossas pressões, digressões, alusões, ingratidões, etc.

É bom lembrar que na liderança integrada, o fator autoridade tem pouco a ver com a liderança em si. O próprio conceito de hierarquia perde muitos de seus paradigmas, porque ainda que exista – e é necessário que exista – a hierarquia é praticada de maneira muito mais branda. Assim as necessidades do grupo serão supridas pelo líder, não por força da autoridade, mas por força do grau de colaboração que ele venha a obter de seus liderados.

No caso familiar, esta particularidade da liderança integrada é muito útil, porque seu exercício não demanda força – no sentido de autoridade – por parte do líder. Não há necessidade de demonstrações de poder, porque se houver de fato, verdadeira integração, se o líder – quem quer que seja - souber conquistar a confiança dos liderados – filhos esposas, esposos, ou quaisquer outros graus de parentesco - se souber se integrar aos seus universos, tentando pensar como eles, então eles o seguirão aonde quer os conduza.

Epílogo – Surge Um Novo Conceito de Liderança.
De tudo o que já foi dito, depreende-se então, que a prática da Liderança integrada demanda muito mais um exercício sério de empatia, no sentido de sair do seu próprio universo para entrar no universo dos outros. É muito mais provável a compreensão do universo alheio, se tentarmos enxergar as coisas através dos seus olhos, do que fazendo o contrário, ou seja, obrigando os outros a compreender nosso próprio universo.


Uma vez detectada as grandes linhas de pensamento dos liderados, uma vez conhecidas suas expectativas, suas contradições, suas idiossincrasias, ou seja, seus temperamentos particulares, suas reações pessoais, suas maneiras particulares de ver e de sentir, então o ato seguinte é concordar para comandar.(1)

Nas antigas cartilhas de liderança, só comandava quem tinha poder para destruir. Sem esse poder, dizia-se, o líder perde o controle sobre a equipe, porque tem seu poder solapado sempre que não pode atuar mais energicamente sobre o grupo.

o Hoje sabe-se que comando não é, necessariamente, prerrogativa de liderança. Sabe-se que os efeitos positivos instaurados por uma liderança integrada ao grupo têm duração muito maior no tempo, e um efeito muito mais abrangente no espaço. Assim, um novo conceito está surgindo:

Só lidera quem tem poder para construir.

FIM

(1)Ver também “Quem Concorda Comanda” do mesmo autor, em

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=2603&cat=Artigos.

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